sexta-feira, abril 08, 2005

O nome da criaturinha ...

    Desde que o mundo é mundo, quando nascemos recebemos um nome.
É a forma encontrada pelos seres humanos para distinguir as pessoas da família e da comunidade, facilitando assim, a identificação de cada um de seus membros.Inicialmente, apenas um nome era suficiente para a identificação, mas com o crescimento das famílias e a população das comunidades, alguns nomes começaram a se popularizar e a serem também usados por descendentes de outras famílias, gerando assim, dificuldades na distinção de cada pessoa. Houve então, a necessidade da criação de um segundo nome que acrescentado ao primeiro identificasse melhor as pessoas.O segundo nome foi surgindo naturalmente, aliado a peculiaridades referentes à pessoa, identificando-a imediatamente como por exemplo: João Oliveira.
    Segundo estudiosos, até os sobrenomes têm lá sua história, no caso do exemplo acima, João Oliveira, ou João, que planta, cuida ou vende olivas; Paulo Ferreira, ou Paulo, o ferreiro ou aquele que trabalha com ferro;foram surgindo nomes que seriam adotados como sobrenomes, simplificando a identificação dos indivíduos e das famílias dentro das comunidades.
    No início da colonização do Brasil somente foram implantados Cartórios de Registro Civil nas principais cidades onde residia a maioria dos fidalgos. Ficou, então, para os padres da Igreja Católica, principalmente os jesuítas que catequizavam pelo interior, estabelecer através dos casamentos e batizados, os nomes e sobrenomes. Porém, somente as crianças com os nomes de origem bíblica, santos ou usados pelos fidalgos eram aceitos para batizar, enquanto os de procedência indígena ou negra (afro), eram aconselhados a trocar por um desses nomes mais conhecidos dentro das classes dominantes.
    Deve-se reconhecer, entretanto, que foi muito proveitosa a colaboração cultural da Igreja na forma da antroponímia no início da colonização do Brasil. Apesar das censuras impostas, se não houvesse os livros de registros de batizados e casamentos da Igreja Católica, muitos nomes e sobrenomes de famílias que no país habitavam, teriam desaparecido no tempo e da história, já que os governantes da época tinham pouco ou nenhum interesse em saber de nomes e sobrenomes, onde e como viviam as famílias de então.O estrito acesso ao estudo e à cultura fez evidentemente com que durante quase 500 anos muitos erros gráficos e ortográficos fossem cometidos por quem foi oficializar o nome ou por quem registrou: Bibiano ou Bibiana, que devido à pronúncia do imigrante português, fez surgir Viviano ou Viviana; do erro de escrita do nome Ewaldo, nasceu Euvaldo; Alzira, que passou também a ser grafado Elzira; Eurides, que é Orides; José Sidnei, que passou a ser também José Sídio. E muitos outros.Todavia tais erros cometidos ingenuamente por padres e oficiais do Registro Civil, muito eles colaboraram para o enriquecimento do nosso vocabulário de antropônimos*.     Até o século passado predominaram os Antônios, os Joões, Josés, Marias, Paulos, Sebastiões, Pedros, Luzias, Terezinhas, Franciscos..., e alguns por serem de personalidades da Igreja Católica: Moisés, Abraão, Samuel, Sara, Salomão, Joab, Adão, Eva, etc., todos citados na Bíblia. Os Joaquins e os Manuéis que eram muito populares em Portugal vieram junto com a colonização.Com as imigrações dos germânicos, anglo-saxões, espanhóis, italianos, que aqui foram chegando, começou também a se diversificar a antroponímia brasileira.Se até então era predominante os Antônios, Marias e Josés..., a partir daí começaram a surgir Adalbertos, Arletes, Cláudios, Clovis, Ewaldos, Giovanis, Gertrudes, Guilhermes, Robertos, Ronaldos, Walters, Wilsons..., acrescentando assim, uma valiosa colaboração para o enriquecimento dos antropônimos brasileiros.
    Não se pode esquecer a grande colaboração de José de Alencar, Anchieta, Lemos Barbosa, Gonçalves Dias, Taunay, Teodoro Sampaio e outros escritores que através de suas obras que fazem parte do patrimônio literário da nossa cultura, conseguiram integrar e popularizar dentro do costume de nomes próprios predominantemente das raças brancas, vários nomes indígenas na antroponímia brasileira, como: Guaraci, Iracema, Juçara, Juracy, Jurandir, Moacir, Ubiratã, Yara e muitos outros.
    A participação do povo também foi importante dentro desta conjuntura. Da criatividade popular nasceram os nomes: Juliene, que é a justaposição de Júlia + Enio; Lucineide, que é a justaposição de Lúcio + Neide; Ezimar, que é a justaposição de Ezio + Maria; Genivaldo, que é a justaposição de Geni + Osvaldo; Josmari, que é a justaposição de José + Maria; Elenice, que é a justaposição de Hélio + Eunice...
    E foi aí que lascou tudo ...
Pois bem , há uns meses, minha prima que trabalha dando cursos de reciclagem a professores de escolas estaduais aqui do Rio, me aparece com uma interessante missão, ajudá-la a montar turmas especiais, uma espécie de aula de reforço. Eu pensei logo, putz, que saco !!! Imagina..., ela me entrega um evelope com kilos de papel ?!?! E digitar aqueles nomes todos ?!?!
O trabalho em sí, é um tédio ... mas até que até ai, eu não estava errada não ... mas de repente o negocio começou a ficar divertido ... o motivo ? A criatividade dos pais !!! Desde então to com uma lista de nomes , aqui guardados, eperando a oportunidade de virar post ... então só se for agora !
A listinha básica, que garantiu minha diversão...

  • Akila;
  • Geysiandre;
  • Gislane;
  • Nomíria;
  • Max William;
  • Luan Carlos;
  • Aldenir Luan;
  • Dayvison;
  • Francisneia;
  • Greici Kelly;
  • Francimar;
  • Villi;
  • Suliene;
  • Elyzienne;
  • Eduilson;
  • Rosivan;
  • Gilzilene;
  • Mafran;
  • Geisiane;
  • Gleicimar;
  • Deoclécio;
  • Gesiel;
  • Djones;
  • Gilciclei;
  • Taichichuane;
  • Calysson;
  • Saionara;
  • Ayeska;
  • Delinton;
  • Wlider;
  • Sydcrei;
  • Claudislane;
  • Maicon Doglas;
  • Diakson;
  • Catiele;
  • Abdon;
  • Regilene;
  • Natiel;
  • Demerson;
  • Keyliane;
  • Ueverton;
  • Jéssica Marcelle;
  • Zelzimar;
  • Drielle;
  • Adrielle.

    Esses aqui, obtive com auxilio luxuosa da Mah.

  • Leovegildo;
  • Florentino;
  • Iperides;
  • Sinfronio;
  • Brasiliana;
  • Merlino;
  • Florindo;
  • Eufrasio;
  • Odvaldo;
  • Teogenes;
  • Boaguarda;
  • Rizardino;
  • Selço (é assim mesmo);
  • Egidi ;
  • Temístocles;
  • Alcindeia;
  • Allachiades;
  • Fiatina (será que foi em homenagem à Fiat?);
  • Setembrina;
  • Iurude;
  • Urcino;
  • Democlece.

  •     Well, não é que não servem pra nada ! Servem de mau exemplo !!! Gente pelamor ... não tentem fazer isso em casa !
        Com essa vou ficando por aqui ... um ótimo final de semana a todos !
    beijos !!!

    *Nome próprio de pessoa.