segunda-feira, setembro 13, 2004

Hellow !

    Olá meus amigos ! Como vocês estão ? Por aqui, tudo bem.     Já ia encerrar a série de posts sobre moda, mas meu querido amigo, Ery Roberto - do Koisas do Pi®u, sugeriu um post sobre o Biquíni. Então vamos a ele !

O Biquíni !



    Enquanto você está em frente ao espelho, pondo seu biquíni, nem passa pela sua (no momento nem um pouco fértil) imaginação como surgiram essas duas peças. Eu, por exemplo, nunca tinha parado para pensar nisso até o Ery, sugerir o post.      As roupas de banho, acreditem ou não, já foram de lã. Sim, aquele tecido famoso por ser usado em casacos de inverno. Morra de rir: tudo para que o banhista não pegasse um resfriado depois de cair em gélidas águas. E não pára por aí... ainda por cima, os trajes incluíam, para as mulheres, toucas e, para ambos os sexos, sapatos (tamancos ou botinas). Tendo em vista que essas coisas ridículas eram usadas entre 1800 e pouco fica mais fácil de perdoar... Em 1846 surgiu o calção, peça considerada justa e ousada, que acreditava-se, daria maior liberdade de movimentos aos nadadores.



    No começo do século XX, a "ousadia" se limitava somente aos atletas, que podiam (ó!!!) mostrar braços e pernas. Já as mulheres, ridiculamente, cobriam o rosto com véus para não se queimarem - o bronzeado era associado a escravas e índias. Em 1910, surgia a roupa-bóia (tente visualizar e a diversão será garantida): baseada num uniforme de então, consistia em uma veste larga e uma calça com uma câmara de ar embutida na bainha. A invenção veio do Brasil e, graças a Deus, não vingou. Até porque, apesar de ter surgido para dar segurança aos banhistas que não se aventuravam a dar braçadas ainda que amadoras, apareceu numa época onde já se queria mostrar o corpo.     O biquíni foi inventado pelo estilista francês Louis Réard que o batizou com o nome do pequeno atol de Bikini, no Pacífico, onde os americanos haviam realizado uma série de testes atômicos. O biquíni foi batizado com esse nome na tentativa de ter o mesmo efeito que a bomba atômica teve no atol do mesmo nome: arrebentar com as idéias conservadoras da sociedade !



    Não é a toa que a famosa editora de moda Diana Vreeland (1903-1989) disse uma vez que o biquíni "é a invenção mais importante deste século (20), depois da bomba atômica". O lançamento do primeiro biquíni foi em 26 de junho de 1946 e causou o efeito de uma verdadeira bomba.Apesar de toda euforia em torno do novo traje de banho, descrito por um jornal da época como "quatro triângulos de nada", o biquíni não emplacou logo de cara. O primeiro modelo, todo em algodão com estamparia imitando a página de um jornal, se comparado aos de hoje, era comportado até demais. Entretanto, para os padrões da época, um verdadeiro escândalo. Tanto, que nenhuma modelo quis participar da divulgação do pequeno traje. Por isso, em todas as fotografias do primeiro biquíni, lá está a corajosa stripper Micheline Bernardini, a única a encarar o desafio. Tanto, que nenhuma modelo quis participar da divulgação do pequeno traje. Por isso, em todas as fotografias do primeiro biquíni, lá está a corajosa stripper Micheline Bernardini, a única a encarar o desafio.



    Na década de 50, as atrizes de cinema e as pin-ups americanas foram as maiores divulgadoras do biquíni. Em 1956, a francesa Brigitte Bardot imortalizou o traje no filme "E Deus Criou a Mulher", ao usar um modelo xadrez vichy adornado com babadinhos.



    No Brasil, o biquíni começou a ser usado no final dos anos 50. Primeiro, pelas vedetes, como Carmem Verônica e Norma Tamar, que juntavam multidões nas areias em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e, mais tarde, pela maioria decidida a aderir à sensualidade do mais brasileiro dos trajes. A partir daí, a história do biquíni viria se tornar parte da história das praias cariocas, verdadeiras passarelas de lançamentos da moda praia naciacional.
    Na década de 60, a imagem sensual da atriz Ursula Andress dentro de um poderoso biquíni, em cena do filme "007 contra o Satânico Dr. No" (1962) entrou para a história da peça.



    Em 1964, o designer norte-americano Rudi Gernreich dispensou a parte de cima do traje e fez surgir o topless, numa ousadia ainda maior.No Brasil, essa moda não fez tanto sucesso quanto em algumas praias da Europa, mas mesmo assim o então prefeito de São Paulo, Prestes Maia, chegou a proibir o uso do topless em piscinas públicas.
Um modelo muito usado nos anos 60 era o chamado "engana-mamãe", que de frente parecia um maiô, com uma espécie de tira no meio ligando as duas partes, e, por trás, um perfeito biquíni.



    Mas foi no início dos 70, que um novo modelo de biquíni brasileiro, ainda menor, surgiu para mudar o cenário e conquistar o mundo - a famosa tanga. Nessa época, a então modelo Rose di Primo era a musa da tanga das praias cariocas. Zilda Maria Costa resolver reduzir seu biquíni, puxando-o para a cintura, enrolando onde podia. Assim foi criada a tanga, que trouxe para o Brasil a fama de criador da moda-praia. Em meio a muita maconha, esteiras, adeptos do Jacaré, palmas para o pôr-do-sol e pentelhos ao léu, as tangas tomavam conta da praia. Quem nunca viu a clássica foto de Fernando Gabeira à la Tarzan?

E enfim, a lycra! Criado pela indústria química Dupont, o tecido que gruda ao corpo ganhou a preferência de todos os fabricantes de moda-praia e de todos os freqüentadores da praia. Durante os anos 80 surgiram outros modelos, como provocante enroladinho, o asa-delta e o de lacinho nas laterais, além do sutiã cortininha. A saída de praia passava do camisão social ou camisetão, para a canga de tear. No final da década (hoje considerada breguérrima), aparecia o fio-dental (sem comentários) .O imbatível fio-dental, muito usado pela então musa das praias cariocas dos 80, modelo Monique Evans, sempre com minúsculos biquínis e também adepta do topless.....Os surfistas já contavam com o neoprene e os homens usavam sunga.



    Nos anos 90, a moda praia se tornou cult e passou a ocupar um espaço ainda maior na moda. Um verdadeiro arsenal, entre roupas e acessórios passaram a fazer parte dos trajes de banho, como a saída de praia, as sacolas coloridas, os chinelos, óculos, chapéus, cangas e toalhas. Os modelos se multiplicaram e a evolução tecnológica possibilitou o surgimento de tecidos cada vez mais resistentes e apropriados ao banho de mar e de piscina.

    Depois de tantas mudanças, ainda continuamos fazendo a história do biquíni. Apesar do lacinho-e-cortininha ainda ser o preferido, a praia tornou-se um espaço democrático: vale desde o meia-taça e tomara-que-caia até o sungão e a calcinha com tiras fininhas. Estampados ou lisos, dividem as praias como os maiôs e os sungões-de-três-dedos usados pelos rapazes que não querem pagar o mico de usar aquelas sungas paga-popinha dos anos 80. Os tecidos também podem ser os mais variados - laise, algodão, crochê - em 99% das vezes aliados à lycra, porque tudo bem que biquíni foi inventado há mais de cinqüenta anos, mas fundo de areia é coisa do século passado !

*Fonte: Folha Online

:: | Curiosidades | ::

    Você sabia , que :
  • Segundo consta, até poucos dias antes do desfile, nosso inventor não tinha ainda escolhido um nome para sua criação;
  • Para mostrar como o invento era pequeno, Louis Réard dizia que o biquíni só seria explosivo se se conseguisse passá-lo por uma aliança de casamento!
  • Até ao início do século XX nunca ninguém ligou muito à praia. Quando os banhos começaram a ser importantes (eram bons para a saúde) e as pessoas foram mais para a praia, todos se preocupavam com o que se levava vestido mas com uma grande diferença dos dias de hoje: tinha que se tapar o corpo o mais possível;
  • O engana-mamãe, (que quer, mas não consegue voltar) ganhou as areias. Enquanto de frente, parecia um maiô inteiro, a lateral era aberta, o que fazia o maiô parecer de costas um biquíni. Detalhe: no bumbum havia um fecho-éclair;
  • Com a primeira guerra, as mulheres se libertaram dos espartilhos (que serviram de inspiração para os trajes de banho) e das anáguas;
  • Nos anos 50, eram os concursos de Miss que apresentavam as tendências do verão. Os maiôs das beldades (cujas medidas eram 90-60-90 e tornozelo 21) eram escuros e feitos de Helanca (aquela malha grossa das roupas que usávamos para fazer educação física, lembra?). A lã, finalmente, perdeu terreno;
  • No Brasil, em pleno regime de ditadura o presidente Jânio Quadros resolveu proibi-lo nas praias brasileiras, mas como tudo que é proibido, o uso de biquínis cresceu e seu tamanho foi diminuindo. Surgiu no Brasil na década de setenta uma versão, o modelo 'cortininha' que foi introduzido por Inês Mynsseen e outra versão ainda menor, a tanga que a bela atriz Rose di Primo desfilou nas praias cariocas, onde há registros de que até mulheres grávidas usaram o tal modelo, escandalizando a sociedade da época.
        É isso aí Galera, um pouquinho da histório do biquíni pra vocês . Vou ficando por aqui !
        Uma ótima semana e até a próxima !
        Beijos