sexta-feira, dezembro 03, 2004

Outro Presente ...

    Olá pessoal ! Tudo bom com vocês ? Comigo tudo em ordem ...
    Gente, meus presentes são ou não são muito legais ! To super feliz !
    O presente de hoje, veio de longe ... veio lá do Recife ! Isso mesmo ! Este é o presente do meu amigo Art, escritor ( Você já foi lá no blog dele, o Cem contos que não valem nada ? Eu recomendo !) músico, letrista, uma pessoa da melhor qualidade ! O que será que ele andou pensando e escrevendo sobre o brega ? Taí, confiram !


Uma banda injustiçada

    Há tempos queria escrever sobre a banda que é - na minha humilde opinião - a mais injustiçada do Brasil: Roupa Nova. Tentarei demonstrar sólidos argumentos para embasar este fato.
    Roupa Nova é excelente desde o nome, retirado de uma canção de Milton Nascimento e Fernando Brant. É mais cult do que qualquer filme francês e que qualquer banda punk da Escandinávia da década de 70 do século passado. E há mil motivos para ser uma grande banda, talvez os mesmos que a fazem ser tão injustiçada.
    Na banda, todos cantam e tocam bem - exceção feita ao careca ex-cabeludo que só canta e toca uma pandeirola sem-vergonha, mas canta bem - além de ter uma extensão vocal absurda. Além disso, tem um repertório maravilhoso e o romantismo deles é delicado e não resvala no lugar comum. Quer apostar?
    Traduza "Sweet Child O´Mine", do Guns n´Roses. O Roupa Nova jamais se prestaria a fazer uma letra daquelas, cheia de melosidades óbvias. Depois disso, escute "Dona". O clássico das mulheres bem-amadas - e das mal-amadas que querem ser bem-amadas - é uma das obras primas da língua portuguesa. Se fosse traduzido para o inglês, seria música de abertura de Sex in the City.
    E o que dizer de "Whisky a Go-Go"? Antológica. Sensacional. He-Hey. Uou-uou. Clássico dos anos 80, tocado em shows de Nando Reis como reverência. Bom demais!
    Mas a grande virtude do Roupa Nova enquanto banda talvez seja o porquê de sua injustiça: Os caras têm 30 anos de carreira, mas nunca foram detidos por porte de drogas. Nunca fizeram música pretensamente politizada, nem brigaram e se separaram. Estão lá, unidos como uma rocha, tocando cada vez mais e melhor, e nunca procuraram fazer da polêmica um instrumento para vender discos. As únicas armas que usaram foram a música e amizade. Continuam amigos e (excelentes) músicos até hoje. E juntos.
    A síntese do Roupa Nova é a frase que um deles falou em meados dos anos 80: "Hoje há 20.000 pessoas no show do RPM e 5.000 no show do Roupa Nova. daqui a 20 anos, não sei se haverá RPM, mas haverá 5.000 pessoas no show do Roupa Nova". Dito e Feito. E dá licença que eu vou lá escutar "Sapato Velho".
    Bom, eu adorei ! Espero que tenham gostado tanto quanto eu . Art, mais uma vez, obrigada ! Valeu por ter topado essa empreitada de "um dia de brega" !     Vou ficando por aqui , um ótimo final de semana pra vocês ! Beijos !!!