quarta-feira, dezembro 08, 2004

Ainda tem mais !!!

    Olá pessoal ! Tudo bem com vocês ? Comido tudo jóia, apesar da correria danada, mas enfim ... voltei !
    E voltei com mais um presente... desta vez com o que eu poderia chamar ( plageando a dona do texto !) de Breguice em gotas !
    O Texto de hoje, é de uma amiga muito querida, uma das melhores pessoas que conheci através do blog, uma amigona. A Mônica, é minha colega de profissão e conseqüentemente colega de aventuras ... sim , a arquitetura por vezes é uma aventura !!! E pra nós que aventura era fazer pipoca com a panela destampada .... isso tudo superou as expectativas ! hehehehe     Bom, vamos ao que interessa ... Diretamente do Monocômio para a Fina Flor do Brega ...


Minha primeira lembrança musical é breguérrima. Segundo minha mãe, eu tinha uns três ou quatro anos. O rádio estava ligado e começou a tocar a canção "O telefone chora". Fiquei fascinada! Pode ser construção da minha imaginação, e não uma lembrança verdadeira, mas eu tenho a vaga impressão de que estava em uma das várias cozinhas das várias casas em que morei quando ouvi essa música pela primeira vez. Eu era uma titica de gente, mas acredito que me lembro sim. E como já disse a sábia e chiquerrimamente brega Loulou de Cacharrel, "a breguice vem de berço".

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Fui crescendo e, felizmente, não perdi minha breguice essencial. Ainda me lembro de como me divertia assistindo ao Programa do Bolinha, o gordinho careca que usava aquelas camisas inacreditáveis. Sinto falta daqueles programas de TV que, na época, eram considerados de mau gosto. Mau gosto nada! Eram divertidos, interessantes, com aquele charme alternativo que parece estar acabando. Não apelavam para o sofrimento alheio e davam voz a uma parcela da sociedade que a finesse ainda cisma que não tem qualidade. Pois os finos de plantão não sabem o que estão perdendo.
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Houve uma época em que a Gretchen aparecia com muita freqüência no Programa Sílvio Santos. Durante um período ela passou a se apresentar com figurinhos sempre iguais, um top e uma sainha de couro. A única coisa que variava era a cor. Ah, eu fiquei encantada com aquilo! Bastava saber que a Rainha do Bumbum ia se apresentar em algum programa para que eu fizesse questão de conferir que cor ela usaria naquele dia. E fico pensando: será que a Gretchen ainda tem aquelas roupinhas guardadas?

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Brega frustrada: um de meus sonhos era ter o cabelo igual ao da Perla. Nunca consegui.

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1994, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Eu estava fazendo um estágio em arquitetura e urbanismo durante as férias de julho numa cidade minúscula cujo nome era inversamente proporcional a seu tamanho: Senador Modestino Gonçalves. Antigamente era chamada de Mercês, isso quando ainda era apenas um distrito. Fiquei hospedada com duas moças, uma professora rural e uma engenheira agrônoma da Emater. Mas quero mesmo é falar sobre quem me despertava todos os dias bem cedo: Amado Batista. Acho que os vizinhos haviam comprado há pouco tempo um disco do cantor, e o ouviam o dia inteiro. Até hoje, se ouço "Princesa" ou "O Ônibus", fico toda arrepiada. Vejam que versos lindos, singelos:

quando o ônibus
sumir na estrada
lágrimas vão rolar
dos olhos meus...

Essas músicas fazem parte de um período especial da minha vida, e sempre que as escuto tenho um dos meus "momentos ai, ai".

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2004, Belo Horizonte, MG. Estávamos aqui em casa, eu e o Guto, cada um dando suas navegadas específicas pela internet. Como o danado tem muito mais talento do que eu para encontrar coisas interessantes na web, logo puxei minha cadeira para perto dele. Começamos a ouvir pérolas dos anos 70. Quando começou a tocar "Sandra Rosa Madalena", o Guto fez uma observação que não esqueço, e que acho certíssima: os arranjos, a letra, a qualidade da música brega da época eram ótimos. Havia um cuidado, um carinho enorme na elaboração das canções. Além disso, todos caprichavam no visual, na presença em cena. Coisa de quem gosta do que faz, que tem respeito por seu trabalho e pelo público.

E trinta anos depois de ouvir pela primeira vez "O telefone chora", agradeço à Loulou por me fazer pensar em tudo isso. Ao recordar tantos momentos gostosos de minha vida, percebi que a breguice não apenas vem de berço, mas continua, felizmente, por toda a vida.

    Gente, esse texto me trouxe tantas lembranças, eu adorei ! Mônica, mais uma vez , valeu ! Brigadão ! Adorei sua participação !
    Vou ficando por aqui e volto ainda essa semana com mais um post que ganhei... uma surpresa que gostei muito ! Beijos e até !