quinta-feira, dezembro 23, 2004



    Olá meus amigos, tudo bem com vocês ? Comigo tudo jóia !
    Hoje estou voltando com o último texto que ganhei ! Dessa vez quem me presenteou foi meu querido amigo Marcello, também conhecido com Dam. O Dam, é meu colega de profissão e de cafonices, nossos cérebros juntos são capazes de coisas como Deus duvida ... só pra vocês terem noção, ele que junto comigo fez a versão em inglês de Cavalgada, do Rei Roberto Carlos e que junto comigo, teve a terrível idéia de que esta versão em inglês merecia um dueto de Barry Manillow e Mariah Carrey ... hahahaha
    Como vocês podem ver, o cara não é fraco não ! O Dam não tem blog, então vira e mexe ta colaborando comigo.
    Então, que tal vocês curtirem este texto, super legal ? Vamos lá ?

A Breguice do Meu Amigo Dam !
    Acho que sou filho da breguice mesmo, pois fui criado na base da minuta-de-fubá-com-goiabada e bolo maracanã de mercearia; É sim!, minha merenda no grupo escolar (grupo escolar era brega de mais da conta sô!!!) nunca tinha café com leite (frio) e pão com manteiga, sempre rolava umas tosquices, que minha mãe vendia em seu afamado estabelecimento comercial, e Coca cola é claro!

    Daqueles anos difíceis, eu relembro ainda, a chegada em casa, de minha avó, quando à tardinha, o Julio Louzada entoava a Ave Maria das 6 horas da tarde; - e agora vocês vão dizer: Putz, esse cara além de brega, é velho hein?!?!?! – mas tudo bem, só confesso que estou na casa dos trinta e uns e que tenho muita boa lembrança de tudo que vivi... Desligava-se o rádio e dava-se lugar à TV, maravilha do consumo da década de 70, onde assistíamos, compadecidos, as desventuras de Isaura, a escrava branca de Bernardo Guimarães e seu algoz Leôncio, adaptada, pelo, hoje cult e considerado chique, autor de novelas Gilberto Braga.

    Outra lembrança brega que me ocorre agora, relacionada com a TV naquele período, é que a dita cuja era P&B e a assistíamos em indefectíveis telas “mascara negra” da Philips, autênticas austríacas. Quem queria ver “Isaura” colorida, tinha que ir à pracinha do Vital Brazil, onde uma resplandecente televisão de 20” concentrava à sua volta uma legião de donas de casas, jovens de volta da escola e senhores aposentados que jogavam dominó...Lerê...lerê...lerê, lerê, lerê...

    Voltando à breguice instalada em casa, o páreo era duro. Se fugia de casa, onde minha mãe ouvia “101 cordas”, “Românticos de Cuba” e os grandes sucessos do cinema nas versões orquestradas de Frank Pourcel, por outro lado, caia na armadilha de minha avó que não perdia um Show do Roberto Carlos na Rádio Globo com o Haroldo de Andrade, além de estudar violão com o repertório do Cauby Peixoto, Altemar Dutra e seus congêneres.

    Toda a tarde era aquela divagação romântica, até hoje “Cavalgada” é uma marca indelével em minha lembrança, tanto que transformamos, aqui no blog, em uma versão cult para o finaflordobrega, pensando no sucesso na voz de Celine Dion em possível dueto com Barry Manilow...ow Mandy!!! – Iria abalar Vegas em chamas!

    A convivência próxima com minha avó reservaria ainda outras nuances em minha formação brega. Programa do Bolinha, Chacrinha, Silvio Santos e Qual é a Música? e tantas e tantas novelas; da extinta TV Tupy às “Roliudianas” tramas de Janete Clair para a Globo, moldaram profundamente minha personalidade brega.

    Como esquecer de Vanuza e Ronnie Von em Cinderela 77??? - E o Herculano Quintanilha de O Astro, com seu indefectível turbante e sua partner que lançou o bordão: ...”pensar professor, pensar”...

    Daí para frente chegam os malditos anos 80. Esta fase eu tenho que pular, afinal, minha depressão profunda aborrecente, só fez com que eu me entocasse em uma “ostra” de reflexões que fizeram com que eu me rebelasse contra o meu mundinho brega; Então iniciei minhas incursões em Nietzsche, Maquiavel e a dita musica erudita.

    Claro que não deixei de observar o mundo à minha volta, confesso que fui a um show da Blitz e mesmo à noite New Wave do Rock in Rio 85 com direito a B52 e Kid Abelha e os Abóboras Selvagens (essa toponímia deve deixar a Paula Toller enrubecida nos dias de hoje com seu ar de diva cool); mas essas recaídas foram pura rebeldia comigo mesmo.

    Aliás, vale lembrar que a cerveja oficial do Rock in Rio foi a Malt 90. Uma das piores cervejas jamais produzidas, popularmente conhecida como Malt Nojenta. Apenas um copo seria suficiente para causar uma ressaca digna de um porre de creme de ovos Dubar.

Naquela época entrei na faculdade (entrei muito cedo ta? – tinha só 16 anos quando passei para arquitetura na USU) e fui testemunha de que uma pseudovida chique tinha lá o seu pé enrascado na lama da breguice. Afinal, o que eram aqueles herdeiros da Company, com suas mochilinhas emborrachadas e seus perfumes Azzaro??? – querem mais brega do que isso? E o gel de cabelo com glitter que alguém aqui já comentou, o look total das lojas do Rio Sul, onde 11 entre 10 Patys & Mauricios matavam aula.

    Bem, a rebeldia daqueles anos fez com que eu ficasse mais forte e pudesse apurar meu filtro para as breguices do bem e àquelas do mal.

    Os anos 90 ainda são recentes e precisamos de distanciamento para comentar, mas como profissional de arquitetura, não posso deixar de lembrar da onda (quase um Tsunami) das pátinas, texturas e acabamentos satinnée que a decoração dos nineties nos deixaram. Ainda hoje tem muita clinica na Barra que ainda não saiu desse túnel do tempo.

    Bom mesmo é poder relaxar e ler os posts inteligentíssimos do finaflordobrega, que me sinto uma espécie de fundador (sem nunca ter sido) e baixar musicas inesquecíveis no Kazaa.

    Lady Zú, Elisangela ( é! - ela sim! A atriz gravou um único sucesso que até hoje é cult – “pertinho de você”), Gretchen e a melô do piripiripipiri piripip Aah! Uh! e tantas outras me fazem voltar no tempo e pensar que éramos felizes e não sabíamos.

    Pessoal, não sei vocês,mas eu me diverti horrores como texto do Dam !
    Dam, meu querido, você de certa forma é um fundador do Brega sim ! Quem mais além de você e do Decks, embarcava nas minhas maluquices ??? E as gargalhadas que essas músicas, bobagens nos rendeu ? Bom demais ! Portanto você é um imortal ( é, aquele que parafrasenado Sandy e Júnior, não morre no final ! (SIC !) da Academia Brasileira do Brega, e claro, sócio fundador do Fina Flor sim ! hahahaha
    Muito obrigada por sua companhia, pelo texto, pelas gargalhadas enfim ! Valeu mesmo !


    Aproveito para agradecer a todos que estão sempre por aqui particpando, brincando e a todos os queridos amigos que participaram com os textos, mais uma vez , MUITO OBRIGADA !